Nesta página serão disponibilizados alguns artigos relacionados com aves que fazem parte da fauna nacional e ainda de outras que visitam regularmente o nosso país. Os artigos são de foro científico, no entanto, sempre que possível será utilizada linguagem mais acessível a todos os visitantes deste site.
Fica expresso o agradecimento à Dra. Ana Carvalho (Bióloga e especialista em conservação), que ocasionalmente disponibilizará a sua colaboração em alguns dos artigos publicados.
Andorinha-do-mar-anã (Sternula albifrons)
Ana Carvalho, Bióloga
Classificação
Ordem: Charadriiformes
Família: Sternidae
Género: Sternula
Espécie: Sternula albifrons
Sternula albifrons (in http://www.parc-ornithologique-du-teich.com)
Identificação
A andorinha-do-mar-anã, como todos os Sternidae, possui asas compridas e estreitas, cauda bifurcada e pernas pequenas. A Sternula albifrons é a mais pequena do seu género com apenas 23cm de comprimento. Possui barrete preto incompleto (testa branca), bico amarelo com ponta preta (na Primavera e início do Verão), pernas amarelas e cauda curta. Os sexos são similares.
Os juvenis podem ser identificados, principalmente, pelo pequeno tamanho e pelo bico completamente preto.
Voa muito rapidamente e com batimentos de asas rápidos. Pode ser observada a pairar sobre a água antes de mergulhar para capturar as presas.
A andorinha-do-mar-anã, como todos os Sternidae, possui asas compridas e estreitas, cauda bifurcada e pernas pequenas. A Sternula albifrons é a mais pequena do seu género com apenas 23cm de comprimento. Possui barrete preto incompleto (testa branca), bico amarelo com ponta preta (na Primavera e início do Verão), pernas amarelas e cauda curta. Os sexos são similares.
Os juvenis podem ser identificados, principalmente, pelo pequeno tamanho e pelo bico completamente preto.
Voa muito rapidamente e com batimentos de asas rápidos. Pode ser observada a pairar sobre a água antes de mergulhar para capturar as presas.
Distribuição
A andorinha-do-mar-anã é uma espécie migradora que tem uma vasta área de distribuição por todo o mundo. Em Portugal, fora da época de reprodução, esta ave marinha tem uma distribuição alargada e pode ser observada ao longo de toda a costa em zonas estuarinas e lagoas costeiras (em particular durante a migração pós-nupcial).
Durante a época de reprodução a andorinha-do-mar-anã ocorre de forma mais localizada, sendo o sotavento algarvio a principal área de nidificação (Ria Formosa e Castro Marim). No entanto, a reprodução também se observa noutras áreas do continente:
A andorinha-do-mar-anã é uma espécie migradora que tem uma vasta área de distribuição por todo o mundo. Em Portugal, fora da época de reprodução, esta ave marinha tem uma distribuição alargada e pode ser observada ao longo de toda a costa em zonas estuarinas e lagoas costeiras (em particular durante a migração pós-nupcial).
Durante a época de reprodução a andorinha-do-mar-anã ocorre de forma mais localizada, sendo o sotavento algarvio a principal área de nidificação (Ria Formosa e Castro Marim). No entanto, a reprodução também se observa noutras áreas do continente:
Zonas costeiras:
- Estuário do Mondego - Estuário do Tejo - Estuário do Sado - Estuário do Alvor - Estuário do Arade - Lagoa de Santo André - Ria de Aveiro |
No interior do país:
- Barragem do Caia (Elvas/Campo Maior) - Barragem do Alqueva - Ocasionalmente em outras zonas húmidas (exº Paul do Boquilobo) |
Alimentação
Fundamentalmente, é uma espécie piscívora. Alimenta-se geralmente ao longo das margens onde a água é menos profunda (e principalmente durante a baixa-mar). Os adultos circulam pela zona de pesca com a cabeça inclinada para baixo até localizarem uma presa. Nesse momento, a busca pára e ficam a pairar sobre a presa, preparando o mergulho. Caem depois verticalmente na água, efectuando a captura (ou não).
A dieta da S. albifrons é constituída por pequenas presas: peixes (maioritariamente), crustáceos e alguns insectos. Devido ao carácter oportunista desta ave, a composição da sua dieta varia de local para local de acordo com a disponibilidade e abundância das diferentes presas. No entanto, o peixe-rei (Atherina presbyter) e os cabozes do género Pomatoschistus parecem ser as presas mais frequentes na alimentação dos adultos.
É importante referir que, justamente pelo facto da S. albifrons apresentar um carácter alimentar oportunista, é possível inferir sobre a abundância (i.e. a saúde) de determinadas populações de peixes presentes na área de alimentação da andorinha-do-mar-anã.
Fundamentalmente, é uma espécie piscívora. Alimenta-se geralmente ao longo das margens onde a água é menos profunda (e principalmente durante a baixa-mar). Os adultos circulam pela zona de pesca com a cabeça inclinada para baixo até localizarem uma presa. Nesse momento, a busca pára e ficam a pairar sobre a presa, preparando o mergulho. Caem depois verticalmente na água, efectuando a captura (ou não).
A dieta da S. albifrons é constituída por pequenas presas: peixes (maioritariamente), crustáceos e alguns insectos. Devido ao carácter oportunista desta ave, a composição da sua dieta varia de local para local de acordo com a disponibilidade e abundância das diferentes presas. No entanto, o peixe-rei (Atherina presbyter) e os cabozes do género Pomatoschistus parecem ser as presas mais frequentes na alimentação dos adultos.
É importante referir que, justamente pelo facto da S. albifrons apresentar um carácter alimentar oportunista, é possível inferir sobre a abundância (i.e. a saúde) de determinadas populações de peixes presentes na área de alimentação da andorinha-do-mar-anã.
Reprodução
São aves essencialmente monogâmicas. A formação dos pares envolve uma corte aérea seguida de uma corte terrestre em que o macho oferece um peixe à fêmea e, se esta o aceitar, dá-se a cópula. Após este processo, o macho começa a alimentar a fêmea e iniciam a construção do ninho (com várias tentativas antes do ninho definitivo). O ninho é um pequeno buraco (ou raspagem) no solo com alguns fragmentos de vegetação, rochas ou conchas, geralmente afastados de zonas muito vegetadas. As posturas são efectuadas em salinas, ilhotas ou praias arenosas.
A primeira nidificação é aos 2 anos (ou até mais tarde). Nidificam isoladamente ou em pequenas colónias.
São aves essencialmente monogâmicas. A formação dos pares envolve uma corte aérea seguida de uma corte terrestre em que o macho oferece um peixe à fêmea e, se esta o aceitar, dá-se a cópula. Após este processo, o macho começa a alimentar a fêmea e iniciam a construção do ninho (com várias tentativas antes do ninho definitivo). O ninho é um pequeno buraco (ou raspagem) no solo com alguns fragmentos de vegetação, rochas ou conchas, geralmente afastados de zonas muito vegetadas. As posturas são efectuadas em salinas, ilhotas ou praias arenosas.
A primeira nidificação é aos 2 anos (ou até mais tarde). Nidificam isoladamente ou em pequenas colónias.
As andorinhas-do-mar-anãs começam a chegar lentamente a Portugal no final de Março mas as colónias são ocupadas maioritariamente a partir de Abril (até Maio). As posturas começam em Maio e podem estender-se até ao fim de Julho. A incubação destas posturas mais tardias poderá, então, prolongar-se até Agosto, dado que a incubação na S. albifrons dura 18 a 22 dias. Cada postura tem entre 1 e 3 ovos (com 1-2 dias de intervalo entre cada ovo). Apenas se os ovos da primeira postura não vingarem é que é efectuada uma segunda postura.
Alguns dias depois da eclosão, as crias geralmente dispersam do ninho e escondem-se nas proximidades. São alimentadas por presas capturadas principalmente pelo macho – as crias bicam automaticamente a marca negra na extremidade do bico do progenitor para que este liberte a presa (sem dúvida, um importante estímulo visual para a cria). Os juvenis encontram-se aptos a voar com 19 a 20 dias.
A partir de Julho as andorinhas-do-mar-anãs começam a partir para áreas de invernada (África), sendo que os últimos indivíduos abandonam o território nacional em Outubro. No entanto, observações de S. albifrons no inverno são raras mas não impossíveis.
É também interessante referir que as aves adultas mudam de colónia em anos consecutivos e existe intercâmbios entre colónias portuguesas e espanholas (o que pode causar flutuações nos censos nacionais efectuados nesta espécie).
Alguns dias depois da eclosão, as crias geralmente dispersam do ninho e escondem-se nas proximidades. São alimentadas por presas capturadas principalmente pelo macho – as crias bicam automaticamente a marca negra na extremidade do bico do progenitor para que este liberte a presa (sem dúvida, um importante estímulo visual para a cria). Os juvenis encontram-se aptos a voar com 19 a 20 dias.
A partir de Julho as andorinhas-do-mar-anãs começam a partir para áreas de invernada (África), sendo que os últimos indivíduos abandonam o território nacional em Outubro. No entanto, observações de S. albifrons no inverno são raras mas não impossíveis.
É também interessante referir que as aves adultas mudam de colónia em anos consecutivos e existe intercâmbios entre colónias portuguesas e espanholas (o que pode causar flutuações nos censos nacionais efectuados nesta espécie).
Ameaças
O sucesso reprodutor da andorinha-do-mar-anã é relativamente baixo em Portugal devido, aparentemente, a uma forte predação por aves (gaivotas, gralhas-pretas, alcaravão, tartaranhões-caçadores) e mamíferos (cães assilvestrados, raposas e ratazanas).
A perturbação e degradação das zonas costeiras e dunares devido ao aumento de actividades balneares são igualmente ameaças muito significativas.
Já em menor escala, são também relevantes as flutuações dos níveis da água (com inundação dos ninhos).
Em Portugal, a S. albifrons é classificada como Vulnerável.
O sucesso reprodutor da andorinha-do-mar-anã é relativamente baixo em Portugal devido, aparentemente, a uma forte predação por aves (gaivotas, gralhas-pretas, alcaravão, tartaranhões-caçadores) e mamíferos (cães assilvestrados, raposas e ratazanas).
A perturbação e degradação das zonas costeiras e dunares devido ao aumento de actividades balneares são igualmente ameaças muito significativas.
Já em menor escala, são também relevantes as flutuações dos níveis da água (com inundação dos ninhos).
Em Portugal, a S. albifrons é classificada como Vulnerável.
(Bibliografia: Catry, P., Costa, H., Elias, G. & Matias, R. 2010. Aves de Portugal. Ornitologia do Território Continental. Assírio & Alvim, Lisboa)